AICCOPN faz um balanço negativo de 2006
A AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas faz um balanço negativo de 2006, ano que se assumiu como o quinto consecutivo de acumulação de quebras de actividade. Para a Associação o horizonte de curto prazo é de grande apreensão, pois não se perspectivam mudanças que conduzam a uma retoma da actividade.
No período entre 2002 e 2006 o investimento na construção em Portugal registou uma quebra de 24%, divergindo assim de forma muito acentuada dos países da Zona Euro, onde se verificou durante igual período um aumento de 7%.
Ora, quando se prevê que o PIB português cresça cerca de 1,5%, em 2007, ainda assim claramente abaixo da média da Zona Euro, seria legítimo esperar que, finalmente, o Sector da Construção conseguisse entrar num período de recuperação. Não é isso, porém, que se perspectiva, já que as previsões mais recentes do Euroconstruct apontam, em 2007, para uma nova redução de cerca de 3,9% da produção no nosso país, o que a juntar à quebra acumulada dos últimos anos é imenso.
O facto é que as obras públicas continuam a ser pouco mais que miragens anunciadas. Neste segmento de actividade, os concursos adjudicados entre Janeiro e Novembro de 2006 diminuíram 50,2% em número e reduziram 52,0% em valor face ao período homólogo. Quando isto acontece, após sucessivos anos de quebras, por mais que se discutam aeroportos ou caminhos-de-ferro, é sintomático do estado em que a actividade neste mercado se encontra.
Mas, se o panorama nas obras públicas não tem sido nada animador, também, o investimento privado não tem contribuído para a necessária recuperação. Até Setembro o número total de licenças de construção concedidas pelas Câmaras Municipais caiu 10,7%, face ao período homólogo de 2005. E o mais grave é que não é apenas o mercado de construção nova que está em queda pois o mesmo se verifica com o da reabilitação.
Para Reis Campos, Presidente da AICCOPN, importa falar claro e lembrar que a quebra de investimento no sector e a consequente redução da produção conduziram à perda de três mil postos de trabalho no último ano e a um total de 71 mil no conjunto dos últimos cinco anos. E tudo indica que mais podem ainda desaparecer para as empresas ajustarem os seus quadros ao actual nível de produção.
Sem um plano de investimento público de médio prazo, que assegure uma dotação de recursos financeiros adequados à necessária modernização das infra-estruturas e edifícios do país, com uma reforma da Lei das Rendas incapaz de criar um verdadeiro mercado de arrendamento e de dinamizar a reabilitação urbana, com um Código da Contratação Pública incapaz de servir os objectivos a que se propôs, o presente do Sector é muito duro e o futuro não se mostra animador.
“O próximo ano vai continuar a ser, seguramente, muito difícil para a generalidade das empresas de construção”, afirma Reis Campos. E vai continuar a exigir da AICCOPN uma atitude firme em defesa dos seus associados e da actividade que exercem, cuja importância no desenvolvimento económico do país e no bem-estar social é inequívoca.
Resta-nos esperar que, daqui a um ano, haja finalmente razões para acreditarmos que a economia portuguesa está a crescer solidamente e que a construção tem motivos para confiar no futuro. É com esta expectativa que a AICCOPN deseja a todos os associados e aos portugueses em geral um Feliz Natal e um Ano Novo com um horizonte mais favorável.
Atualizado em 17/11/2021
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