Conjuntura da FEPICOP – Abril
No primeiro trimestre de 2010, a produção do sector da Construção registou quedas, em termos homólogos, em todos os segmentos da respectiva actividade. É a primeira vez que tal situação se verifica desde Novembro de 2006, o que vem revelar a contínua e muito preocupante degradação da situação neste Sector.
Na habitação regista-se uma contracção de 21,6%, com os empresários a reportarem uma forte redução da procura que lhes é dirigida, o que permite antecipar a continuação da diminuição do volume de licenciamentos, o qual atingiu em 2009 um novo mínimo histórico, de apenas 26.853 novos fogos, traduzindo uma redução de 76,5% face aos valores de 2001!
No segmento da construção de edifícios não residenciais a queda verificada foi de 4,5%.
E na Engenharia Civil a diminuição ascendeu a 14,8%. Efectivamente, em paralelo com a queda contínua do Investimento Privado verifica-se agora também uma forte contracção do Investimento Público, perceptível mesmo ainda antes da aprovação Programa de Estabilidade e Crescimento.
A conjugação de todos estes indicadores leva a recear a continuação da degradação da situação neste Sector, com o consequente aumento do desemprego, a menos que o Governo se decida a adoptar as medidas propostas por diversos sectores da sociedade portuguesa (à cabeça das quais figuram as Associações representativas da Construção) tendo em vista a adopção de uma política integrada de reabilitação urbana.
A evolução negativa da produção da Construção em Portugal é também um dos factores que mais contribuem para as dificuldades de retoma evidenciadas pela economia nacional, sobretudo quando se constata que também neste domínio estamos em contra-ciclo com a generalidade dos países da União Europeia. Efectivamente, no primeiro trimestre de 2010, o nível de confiança médio dos empresários da Construção na UE subiu 7,7%, o que traduz uma inequívoca retoma da actividade das respectivas empresas, enquanto em Portugal se assistiu a uma redução de 7,3%, em termos homólogos.
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