AICCOPN Celebra 118 Anos em Tempo de Grave Crise na Construção
No momento em que celebra o seu 118.º aniversário, a AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, está consciente do dever cumprido em defesa do sector da construção, mas revela-se preocupada com as fortes dificuldades que as empresas enfrentam. Na verdade, o primeiro semestre do ano de 2010 foi, seguramente, um dos períodos mais difíceis de sempre para a Construção portuguesa.
De acordo com Reis Campos, Presidente da Associação, os últimos meses “não corresponderam minimamente às expectativas e necessidades de todos quantos trabalham e investem nesta actividade e, se não forem tomadas medidas com carácter de urgência, 2010 pode bem vir a ser o pior ano de que há registo”.
“Gostaríamos de poder festejar com outro ânimo os 118 anos da AICCOPN. Mas num tempo de dificuldades extremas para muitos dos nossos cerca de 8.500 associados, temos de acreditar que o futuro terá de ser melhor e continuar a trabalhar no sentido de garantir as condições necessárias para que a Construção volte a ser o motor da economia portuguesa”, refere o dirigente associativo, salientando que a crise do sector se prolonga há mais de oito anos e acumula já uma redução de 31% na sua produção, com o desaparecimento de 131 mil postos de trabalho directos.
Reis Campos lembra que a primeira metade de 2010 se traduziu em novas dificuldades para os construtores, já que à falta de obras e outros problemas, como é o caso dos constrangimentos de tesouraria e acesso ao crédito, da prática de preços anormalmente baixos, da generalização dos ajustes directos, dos atrasos nos pagamentos do Estado, da falta de apoios á habitação e à reabilitação urbana, da ineficácia da lei das rendas, se juntaram as restrições dos sucessivos PEC’s, com redução do investimento público e aumento da carga fiscal.
Defendendo que Portugal deve definir uma estratégia para ultrapassar a crise e traçar um novo rumo para o sector da construção e do imobiliário, estabelecendo prioridades e avançando rapidamente para a sua concretização, o Presidente da AICCOPN conclui, afirmando que “tal só será possível se avançarem investimentos de proximidade, como é o caso da renovação das escolas, hospitais, edifícios ligados à justiça e à segurança, a água e ambiente, as energias renováveis, a conservação e modernização das redes rodoviária e ferroviária, os portos, a logística e a reabilitação urbana. Áreas que podem captar investimento privado e apoios comunitários, que são intensivas em mão-de-obra e capazes de mobilizar empresas de todas as dimensões”.