Conjuntura FEPICOP – Maio
A contenção do investimento público (-55,4% e -50,2%, respectivamente em valor e número de adjudicações até Abril) como instrumento para reduzir o défice orçamental já está a repercutir-se, pela negativa, na actividade da Construção, a avaliar pela produção do segmento de engenharia civil, que regista agora uma queda superior a 20%.
Segundo a FEPICOP, este decréscimo já está próximo do apresentado pelo segmento da habitação, que tem sido, até ao momento, o mais penalizado pela crise, como resultado da forte contracção da procura privada, a que não são alheias as fortes restrições bancárias impostas à concessão de crédito à habitação.
Com refere a Federação da Construção na sua análise conjuntural, que enviamos em anexo, “o profundo abalo sofrido pelo sistema financeiro mundial, com a contracção na concessão de crédito e a grave crise de confiança que se instalou, conduziram a um decréscimo ímpar nos níveis de procura de habitação, situação para a qual contribuiu, igualmente, a deterioração da situação económica de muitas famílias, particularmente das atingidas pelo desemprego, pelo que, enquanto esta situação não se alterar, dificilmente se vislumbrará uma recuperação deste segmento”.
Também o mercado de edifícios não residenciais apresenta quebras da produção, embora menos acentuadas do que as verificadas nos outros dois segmentos da Construção, o que se deve, segundo a FEPICOP, aos investimentos ainda em curso da Parque Escolar.
Confiança está a desaparecer
Face à evolução negativa do Sector, extensível a todas as suas actividades, não é de admirar que o desemprego não pare de aumentar, absorvendo já 77.000 trabalhadores da Construção, o que traduz uma subida homóloga de 38,8% e representa 14,6% do total nacional.
Atendendo à forte quebra verificada em todos os segmentos da actividade da Construção, facilmente se compreende, também, a falta de confiança actualmente manifestada pelos empresários do Sector, que atinge o valor mais baixo desde Janeiro de 2000 (-7,2% em Abril), agravando a disparidade entre os seus congéneres europeus que, pelo contrário, revelam-se cada vez mais confiantes quanto à evolução da actividade da Construção nos seus países.
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