Construção e Imobiliário Alerta para Colapso Social e Iminente
Reis Campos, Presidente da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, em reação aos dados divulgados pelo IEFP, relativos ao número de inscritos nos Centros de Emprego em outubro, reforça o alerta para uma situação que considera ser de gravidade extrema. “Tal como já afirmámos no início do ano, se nada for feito para preservar um tecido empresarial, que para além de ser o maior empregador nacional, faz movimentar toda a economia, o Governo ver-se-á confrontado com uma situação económica e socialmente explosiva”.
“Pela primeira vez, o número de trabalhadores inscritos oriundos apenas da construção superou os 100 mil, o que traduz um crescimento de 35,9%, face ao ano passado. Para toda a fileira, o total ascende aos 155 mil e o número de empresas encerradas já atinge as 13 mil”, refere, concretizando que “todos os dias estão a fechar 29 empresas da construção e do imobiliário”.
“Esta é uma situação dramática, que não se verifica em mais nenhum país”, acusa o líder associativo, dizendo que “se o pretendido era o reajustamento do setor, então há que compreender que este há muito que foi feito, e da pior maneira”, sendo certo que nesta altura “estamos perante um panorama de verdadeira destruição do que resta do setor”.
As recomendações da Comissão Europeia e os exemplos seguidos pela generalidade dos países não podem ser ignorados. Portugal não pode continuar a remar contra a maré. “As empresas estão a ser arrastadas para a falência e não se trata apenas do setor da construção e do imobiliário. Em breve, a taxa de desemprego nacional irá atingir os 20% e a Banca vai ser fortemente penalizada, pois o crédito ao setor ascende a 36,2 mil milhões de euros”, alerta o Presidente da CPCI.
O Orçamento para 2013 reconheceu que o setor é um dos mais afetados pela crise que o Pais atravessa e estabeleceu como objetivo a implementação de uma Agenda para a Construção e Imobiliário. “São identificados domínios estratégicos como o emprego e qualificações, o acesso ao financiamento, o investimento empresarial, a internacionalização e inovação, ou a reabilitação urbana e arrendamento pelo que, exige-se agora do Governo, a imediata concretização de medidas efetivas para salvaguardar a sobrevivência das empresas”, concluiu.